Dr. Paulo Ladeira
Advogado de família conversa com seu cliente, tirando as dúvidas
Recebi um médico que era verdadeira referência em sua área. Problemas familiares de todos os tipos no divórcio desse sujeito. E ele gostava de falar. Disparava. O tipo de consulta em que ouço o cliente por uma hora e quarenta minutos, sobrando quase dez minutos no final para dar meu parecer.
Enquanto ele falava, ouvi um barulho esquisito. Atribuí o ruído àquele barulho que o couro da cadeira do escritório faz quando acomodamos nosso traseiro no banco. Acontece. Afinal, ele jamais soltaria um pum no meio da consulta, em uma sala fechada – só aquele ar condicionado no teto – em que havia só duas pessoas, não é verdade?
Esqueci, e continuei a anotar o que o cliente falava, para não me esquecer ao final. E após alguns minutos veio o segundo barulho. Tudo sem que ele pausasse a fala. E dessa vez foi inconfundível, não poderia ser a cadeira. Não aguentei, disparei na gargalhada interrompendo o atendimento.
E ele, foi simplesmente brilhante, dando a melhor desculpa que já vi para o gás:
“Doutor Ladeira, tomei um laxante antes do atendimento, que me automediquei, pois sou médico, estava precisando, então não se incomode se peidar um pouco.”
Fui obrigado a ser educado e dizer tudo bem... O que mais diria? Só para constar: teve mais um antes do fim do atendimento... ô laxantinho bom...
Toda e qualquer similaridade dessa história com algum fato ou evento da vida real é mera coincidência.